Do que se trata a diretriz?
A intubação orotraqueal é uma importante estratégia de suporte avançado de vida. Que consiste na proteção do paciente contra substâncias ou líquidos que possam obstruir o canal respiratório, além de auxiliar na oxigenação desses pacientes, através da ventilação mecânica.
A técnica é usada principalmente em pacientes em estado de parada cardíaca ou respiratória, bem como a insuficiência respiratória causada por algum tipo de entupimento ou obstrução das vias aéreas.
Também emprega-se a intubação em casos de pacientes com ocorrência de complicações profundas na árvore pulmonar, como o que ocorre por exemplo em situações com abundante quantidade de secreção nessa região.
De acordo com o artigo publicado pelas organizações britânicas de anestesia e emergência, as situações de complicação mais graves que ocorrem após esse procedimento poderiam ser evitadas caso uma política de manejo mais colaborativo pudesse ser adotada desde os primeiros momentos do procedimento.
Comunicação e colaboração: Um trabalho de equipe.
As novas diretrizes encorajam que uma comunicação mais objetiva, aliada a colaboração de uma equipe preparada para agir rápido é uma saída muito mais interessante do ponto de vista prático, do que a simples exploração de equipamentos mais modernos, por exemplo.
Antes de discordar da ideia apresentada, é importante entender que essa proposta sana o problema de muitos ambientes hospitalares instalados em regiões que não dispõe de recursos para investir em equipamentos de última geração e assim, a técnica dá as equipes médicas responsáveis pelo suporte de vida avançado dessas localidades uma estratégia segura e muito eficaz de garantir que o procedimento possa ser realizado com a agilidade que o paciente precisa.
A nova diretriz britânica para intubação em pacientes graves
A seguir, entenda o que mudou nas técnicas de intubação em pacientes graves segundo o ponto de vista das maiores instituições de pesquisa do setor, e saiba quais são as novas diretrizes para o procedimento de acordo com o artigo publicado por elas:
O primeiro ponto de importância abordado pela diretriz é que uma equipe esteja pronta para realizar o procedimento e que essa equipe seja composta por profissionais divididos entre as seguintes funções:
1 -Liderança
A liderança irá monitorar o procedimento como um todo orientando cada integrante na realização da sua tarefa previamente estabelecida. Para isso, o líder tem de estar com as mãos livres, apto a orientar a tomada de decisão caso seja necessária por algum motivo, uma guinada diferente no manejo do procedimento.
2 - Circulante
O circulante é o profissional que ficará responsável unicamente por facilitar o acesso ás ferramentas necessárias para o procedimento. Economizando o tempo e otimizando o trabalho.
3 - Médico: Este é o responsável direto pela intubação.
4 -Enfermeiro pode ajudar no procedimento, embora ao profissional de enfermagem também caiba o manuseio de medicamentos bem como dos outros equipamentos possivelmente requeridos durante o processo, como por exemplo o carrinho de parada.
A hora de pedir ajuda
Como se pode ver as novas diretrizes estabelecem um mínimo de quatro pessoas, pra a realização do procedimento, mas é interessante avaliar a necessidade de cada situação. Podendo haver a inclusão de mais profissionais se for possível e necessário.
Por exemplo, a diretriz recomenda a insistência em até três tentativas de uso do DEG, caso o paciente não responda ventilando e oxigenando, é hora de fazer a cricotomia em caráter emergencial.
O grau de dificuldade
Para ajudar a entender o quadro do paciente, recomenda-se também a utilização do MACOCHA, índice que ajuda a estabelecer o grau de dificuldade do procedimento. De acordo com a pontuação final também fácil saber se é necessário, por exemplo a ajuda de um segundo médico.
A saber: São considerados difíceis os quadros que apresentam índice a partir de três pontos.
Doze pontos é a referência que indica os quadro muito difíceis e três pontos, são os indicativos de quadros considerados como fáceis.
Veja os detalhes de como é dada a pontuação em cada agravante de acordo com o score:
• Mallampati II ou IV equivalem à 5 pontos
• Apneia obstrutiva do sono soma-se 2 pontos
• Mobilidade cervical reduzida é igual à 1 ponto
• Abertura da boca inferior à três centímetros, 1 ponto
• Quadro de coma 1 ponto
• Oximetria baixa (inferior à 80%) soma-se 1 ponto
• Médico não anestesista também soma-se 1 ponto.
Prepare-se
Como se pode imaginar, um dos principais obstáculos para que as novas recomendações encontrem espaço na prática hospitalar é o tempo necessário para treinamento.
Afinal de contas organizar e treinar as equipes médicas é uma ação que exige planejamento e é claro, isso nem sempre é possível no ambiente hospitalar.
Por isso, quem se prepara primeiro ganha pontos na hora de apresentar-se á uma nova vaga além de demonstrar um trabalho de maior qualidade dentro da sua rotina diária. Por isso fique atento e saia na frente, buscando mais sobre o assunto e colocando os seus conhecimentos em evidência.
Saiba mais
O documento publicado em 2018 é completo e detalhado, especificando inclusive novas estratégias no preparo dos equipamentos.
A diretriz se relaciona também com a política de medicina humanizada e prioriza o treinamento humano e a interação como principal ferramenta de eficiência.
Veja mais direcionamentos a respeito da conduta lendo o artigo original na íntegra para saber tudo sobre as novas diretrizes no procedimento de intubação de pacientes graves recomendadas pelas agências britânicas e organizações de anestesia e terapia intensiva através do link: https://bjanaesthesia.org/article/S0007-0912(17)54060-X/fulltext
Para isso consulte também os nossos profissionais e esclareça as suas dúvidas seguindo a nossa plataforma para não perder nenhuma das nossas atualizações.
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